São Paulo celebra a florada das cerejeiras
fonte: http://blogs.estadao.com.br/jt-cidades/sao-paulo-celebra-a-florada-das-cerejeiras/
autoria: MARICI CAPITELLI
- 31 de julho de 2011 |
- 23h00 |
Bosque: 10 hectares e 3 mil espécies de cerejeiras (Foto: Evelson de Freitas / AE)
A cidade está mais bonita e cor-de-rosa nestes dias. E isso tem um motivo: as cerejeiras já estão florindo no Parque do Carmo, zona leste de São Paulo, onde está a maior concentração desse tipo de árvore no Estado. Aproveitando o auge da floração, acontece no próximo fim de semana a 33ª Festa das Cerejeiras em Flor. É bom não perder a data porque a florada dura cerca de 15 dias. Depois, só no ano que vem.
“Além de toda a beleza, é uma flor que não seca no pé, mas é levada pelo vento. A gente pode comparar com a vida que teve um fim bonito e sem sofrimento”, compara Pedro Yano, de 78 anos, presidente da Federação de Sakura e Ipê do Brasil, entidade que organiza a festa e cuida das cerejeiras. “E o que resta dessas flores, que não ficam secas, é a beleza gravada na nossa mente”, completa Lincoln Uwataira, de 57 anos, diretor de relações públicas da federação.
O Bosque das Cerejeiras, dentro do Parque do Carmo, tem 3 mil árvores, numa área com cerca de 10 hectares – o equivalente a dez campos de futebol. Somente da espécie que esta florida nesta época, as Yukiwari, são 1,5 mil pés. Os demais são dos tipos Himalaia, Okinawa e Oshima, cujas floradas ocorreram no fim de junho.
A cerejeira, que em japonês se chama sakura, é a flor-símbolo do Japão. Muitas pessoas que visitam o bosque do parque pela primeira vez vão logo perguntando onde estão as cerejas. “É da mesma espécie, mas estas não dão aqueles frutos”, explica o diretor técnico da entidade, Patrício Yoshika.
As primeiras mudas de cerejeira foram plantadas no parque no ano de 1977, pelo japonês Katsuotoshi Matsubara. Poeta, ele sonhava com um local onde a população pudesse contemplar diariamente a beleza dessas árvores. Naquele ano, foram plantadas 300 mudas – cem delas vindas de Campos do Jordão e do Japão.
Mas as árvores não se adaptaram ao clima e morreram. Dois anos depois, houve um novo plantio, com mudas da Escola de Agricultura de Viçosa e da Europa. Essas vingaram. O grande desafio dos pioneiros foi a aclimatação das árvores, típicas de regiões muito frias. Desde então, o bosque vem crescendo.
ContemplaçãoAs cerejeiras são árvores para serem contempladas, diz a tradição japonesa. Tanto é que as famílias japonesas praticam o hanami, ritual de sentar-se debaixo delas por longos períodos.
No Parque do Carmo, o bosque conduz a isso. Distante do burburinho dos visitantes, tem bancos sob as árvores.
“Este lugar é um convite à transcendência”, afirma a massoterapeuta Maria de Fátima Medeiros Petacci, de 53 anos, que visitou o parque durante a semana. Ela pretendia levar a mãe, de 87 anos, à festa, como faz todos os anos. “Mas vou trazer neste domingo (ontem) porque tenho medo que a florada se acabe. É um espetáculo que não dá para perder. É um privilégio uma visão desta na cidade”, diz ela.
Os organizadores garantem que apesar das cerejeiras já estarem floridas ainda restam muitos botões para desabrochar até o dia do evento.
ServiçoFesta das Cerejeiras em FlorQuando: 6 e 7 de agosto
Horário: das 9h às 17h
Atrações: danças, músicas e comida típica japonesa
Endereço: Av. Osvaldo Pucci s/nº e Av. Afonso de Sampaio Souza, 951, Parque do Carmo. Telefone: (11) 2748-0010