http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1136828-aumento-de-queimadas-ameaca-pantanal.shtml
Há cerca de 50 dias sem chuvas, o Pantanal registra uma explosão de casos de queimadas. Apenas em agosto, foram 1.104 focos, metade do total deste ano (2.214).
Análise: Mesmo com dados, campanhas e leis, queimadas continuam
Na cidade mais afetada, Corumbá (a 420 km de Campo Grande), o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou 94 novos focos de incêndio no fim de semana.
Segundo o Inpe, as queimadas no Pantanal aumentaram 525% neste ano em relação a 2011 (até 13 de agosto).
Foi o maior aumento entre os seis biomas (principais tipos de vegetação) que costumam ter incêndios no país.
Em todo o Brasil, os focos cresceram 63,8% na comparação com o ano passado -foram 43.891 casos, ante 26.769.
Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Fogo, as queimadas já destruíram no país, neste ano, uma área de florestas equivalente a 67% do território de Sergipe.
Não há previsão de chuva no Pantanal para as próximas três semanas, segundo a Somar Meteorologia.
A umidade relativa do ar está abaixo de 20% em 15 municípios de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, o que caracteriza estado de alerta.
Se a umidade cair abaixo de 12%, cidades como Aquidauana (MS) e Cuiabá (MT) entrarão em estado de emergência para a saúde.
O Prevfogo, centro do Ibama que combate e previne queimadas, enviou 40 brigadistas para apagar incêndios em Mato Grosso do Sul.
As queimadas têm causas humanas e também naturais. "Conforme passam os anos e há pouca queima, a matéria orgânica vai se acumulando e sobra para queimar no ano seguinte", diz Gabriel Zacharias, do Prevfogo.
Mas a maior parte dos incêndios, diz o Ibama, ocorre devido à agropecuária, para manutenção de pastagens e áreas de cultivo ou para abrir novos pastos -o que é crime.
O produtor Lucas Paludo, 32, de Sapezal (MT), teve mil hectares de terras atingidos. "Vai levar cinco anos para recompor tudo."
| Editoria de arte/Folhapress | |
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DANOSAlém de prejuízos econômicos, há danos à saúde. "Os efeitos são os mesmos do cigarro", diz Paulo Saldiva, especialista em poluição da USP.
Rogério Takaki Bento, diretor-técnico do Pronto Socorro de Corumbá, diz que os atendimentos por queixas de problemas respiratórios aumentaram 20% desde junho.